sábado, 20 de agosto de 2011

Continuação (Geologia: 2- As rochas, arquivos que relatam a história da Terra)

Rochas Magmáticas

Afloram frequentemente em várias regiões de Portugal, sendo os granitos, no continente, um bom exemplo disso. Nos Açores e Madeira são abundantes os afloramentos de basaltos. Granitos e basaltos são apenas dois exemplos da grande diversidade de rochas magmáticas, diferentes não só na composição mineralógica como no aspecto textural.


Granito
Basalto


As rochas magmáticas resultam do arrefecimento e da consolidação de magmas. Os magmas formam-se no interior da Terra e são misturas complexas de minerais fundidos a elevadíssimas temperaturas, onde podem existir em suspensão cristais que se formam devido ao arrefecimento durante a movimentação. Fazem ainda parte dos magmas diversos gases dissolvidos na mistura fundida. Normalmente, o magma é menos denso do que as rochas envolventes e, por isso, sujeito a pressões, pode movimentar-se na crosta, aproximando-se da superfície. Ao fazê-lo arrefece e entra em consolidação, formando rochas magmáticas.





Se o magma consolida no interior da crosta, origina rochas magmáticas intrusivas ou plutónicas, como, por exemplo, o granito. Se os magmas consolidam à superfície ou próximo dela originam rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas, como o basalto. Rochas plutónicas ou vulcânicas apresentam aspectos texturais diferentes que fornecem informações sobre as condições da sua génese. As plutónicas apresentam geralmente minerais desenvolvidos identificáveis à vista desarmada. Um arrefecimento lento e em profundidade é propício ao crescimento dos cristais.
Nas vulcânicas os minerais são geralmente de pequenas dimensões, podendo, em alguns casos, existir mesmo uma pequena quantidade de matéria sem cristalizar. Esta textura indica um arrefecimento rápido do magma.


(Fontes: Manual- "Terra, Universo de Vida", 1ª Parte - Geologia)

Geologia: 2- As rochas, arquivos que relatam a história da Terra

Rochas Sedimentares
A superfície da Terra é um lugar de encontro entre a actividade geológica resultante da energia interna da Terra e a actividade da biosfera, da atmosfera e da hidrosfera, dinamizadas pela energia solar. Muitos dos cenários mais espectaculares e únicos que existem na Terra foram criados por factores ambientais que actuam sobre as rochas da superfície.




Na génese das rochas sedimentares ocorrem, fundamentalmente, duas fases: sedimentogénese e diagénese.

Sedimentogénese: compreende os processo que intervêm desde a elaboração dos materiais que vão constituir as rochas sedimentares até à deposição desses materiais.
As rochas que afloram no globo terrestre, principalmente as rochas magmáticas e metamórficas, ficam expostas a condicionalismos muito diferentes daqueles em que foram geradas. Consequentemente, essas rochas alteram-se quimicamente e fisicamente.
Os materiais resultantes dessa alteração são removidos por acção da gravidade, pela água no estado líquido ou sólido e pelo vento, designando-se este processo por erosão. Frequentemente os materiais são transportados para locais por vezes bem longínquos. Podem ser partículas ou fragmentos de dimensões variadas, designados em ambos os casos por detritos ou clastos, ou podem ser substâncias dissolvidas na água.
Os seres vivos podem também contribuir com diferentes materiais, nomeadamente conchas e outras peças esqueléticas, fragmentos de plantas, pólen, etc., para a formação de rochas sedimentares.
Em condições porpícias os materiais transportados depositam-se, constituindo sedimentos. O processo de deposição designa-se por sedimentação e é determinado pela força gravítica sobre os detritos, quando a velocidade do agente transportador o permite. A ordem de sedimentação dos detritos é condicionada pelas dimensões e densidade desses materiais. Primeiro depositam-se os detritos de maiores dimensões e mais densos e, posteriormente, os mais pequenos e leves.
Se não houver nenhuma perturbação, a sedimentação realiza-se regularmente, formando-se camadas geralmente paralelas e horizontais que se distinguem pela expessura, pelas dimensões e pela coloração dos materiais. Cada uma dessas camadas, individualmente, é designada por estrato.


Nicolaus Steno, físico da corte dinamarquesa, reconheceu nos estratos um registo do tempo e a história de uma sequência de acontecimentos. Embora não explicitamente, formulou princípios que hoje são fundamentais em Geologia, ciência que na altura ainda não existia como tal. Por isso, Steno, é, para muitos, considerado um dos fundadores da Geologia. Segundo Steno, tudo começa com a deposição de partículas no fundo de uma coluna de água. Depósitos subsequentes formam outra camada sobre a primeira e assim sucessivamente.
A coluna de água pode ocorrer num rio, no mar ou num lago.
A compressão provocada pela deposição das sucessivas camadas origina uma série de estratos sobrepostos.
Steno compreendeu que numa sequência de estratos na sua posição original, um dado estrato é mais recente do que aqueles que estão por baixo e mais antigo do que aqueles que estão por cima. Nos relatos de Steno está também implícito o princípio da horizontalidade inicial dos estratos, ou seja, originalmente os detritos depositam-se segundo camadas horizontais que posteriormente podem ser desviadas da posição inicial.



Diagénese: um sedimento não é ainda uma rocha sedimentar. Após a deposição os sedimentos experimentam uma evolução mais ou menos complexa, em que intervêm processos físico-químicos diversos que os transformam em rochas sedimentares. O conjunto desses processos constitui a diagénese.
No decurso da diagénese os sedimentos perdem água, são compactados e simentados, isto é, ficam ligados entre si, formando uma rocha coerente.


As rochas sedimentares representam apenas 5% do volume da crosta terrestre. No entanto, recobrem uma extensa superfície, ocupando 75% da área dos continentes. Tipicamente apresentam estratificação e são frequentemente fossilíferas, conservando vestígios de seres vivos comtemporâneos da sua génese, que ficaram incluidos no seio dos sedimentos.

(Fonte- Manual: "Terra, Universo de Vida", 1ª Parte - Geologia)

Continuação (Geologia: 1- A Terra e os seus subsistemas em interacção)

Hidrosfera- é constituída pelos reservatórios de água que existem na Terra. Os oceanos, os rios, os lagos, os glaciares, e as águas subterrâneas fazem parte da hidrosfera.
Água Salgada (Oceanos): 97,5%
Água Doce: 2,5%
A água movimenta-se na Natureza passando sucessivamente de um reservatório a outro, constituindo assim o ciclo hidrológico.
Atmosfera- é formada pela camada gasosa que envolve a hidrosfera, a geosfera e a biosfera, podendo também penetrar nos subsistemas.
Composição da Atmosfera actual:
Azoto: 78%
Oxigénio: 21%
Dióxido de Carbono: 0,03%
Árgon: 0,9%
Vapor de Água: Quantidades variáveis
Outros Gases: Quantidades mínimas
Biosfera- dela faz parte o conjunto dos seres vivos que povoam a Terra. Os seres vivos interagem continuamente com os diferentes subsistemas onde estão integrados, influenciando-se mutuamente. Existem seres vivos na geosfera, na hidrosfera e na atmosfera.
Interacção dos Grandes Subsistemas Terrestres

Geologia: 1- A Terra e os seus subsistemas em interacção

A Terra vista do Espaço apresenta-se como uma esfera azul e brilhante, envolta num manto de nuvens brancas de densidade variável. É o único planeta do sistema solar com estas características, e isso explica-se devido às condições excepcionais que se verificam neste fragmento do Universo.

A Terra é, pois, uma porção limitada do Universo onde se verifica a interacção de vários componentes de um modo organizado, ou seja, é um sistema, de que fazem parte, como em qualquer sistema natural, reservatórios de matéria e de energia. Entre os diferentes reservatórios ocorre continuamente a circulação de materiais e fluxos de energia.

As inter-relações dos sistemas com o meio circundante são diversas, o que permite considerar diferentes tipos:

Sistema Isolado- não há possibilidade de permuta de matéria nem de energia através das suas fronteiras. Na Natureza não existem sistemas completamente isolados.

Sistema Fechado- ocorre intercâmbio energético através dos seus limites, mas não há permuta de matéria.

Sistema Aberto- ocorre intercâmbio de energia e de matéria através das respectivas fronteiras.

Que tipo de sistema é a Terra?

O Globo Terrestre é considerado um sistema fechado, embora, na realidade, não o seja verdadeiramente.

A Terra estabelece trocas energéticas com o Universo. Recebe energia emanada do Sol, que é utilizada em vários processos biológicos´e geológicos, e perde energia para o Espaço sob a forma de calor.

O intercâmbio de matéria da Terra com o exterior é, na actualidade, diminuto e insignificante quando comparado com as dimensões do nosso planeta. Pequenas quantidades de hidrogénio e de hélio sobem na atmosfera devido à sua baixa densidade e escapam para o Espaço, enquanto que alguma matéria proveniente da queda de meteoritos ou de poeiras cósmicas se junta à matéria terrestre.

Subsistemas Terrestres

Os geólogos estudam a Terra como um conjunto integrado de diferentes partes ou subsistemas que interagem. Consideram-se quatro subsistemas na Terra: hidrosfera, atmosfera, geosfera e biosfera.

Geosfera- é representada pela parte sólida, quer superficial quer profunda, da Terra. As rochas e os solos fazem parte desse subsistema. A geosfera serve de suporte a grande parte da vida terrestre, fornecendo muitos dos materiais necessários à manutenção dessa vida. As plantas terrestres, por exemplo, captam do solo grande parte dos seus nutrientes. Muitos dos produtos resultantes da decomposição de cadáveres e restos de seres vivos ficam integrados na geosfera.


(Fontes- Manual: "Terra, Universo de Vida", 1ª Parte)