sábado, 20 de agosto de 2011

Geologia: 2- As rochas, arquivos que relatam a história da Terra

Rochas Sedimentares
A superfície da Terra é um lugar de encontro entre a actividade geológica resultante da energia interna da Terra e a actividade da biosfera, da atmosfera e da hidrosfera, dinamizadas pela energia solar. Muitos dos cenários mais espectaculares e únicos que existem na Terra foram criados por factores ambientais que actuam sobre as rochas da superfície.




Na génese das rochas sedimentares ocorrem, fundamentalmente, duas fases: sedimentogénese e diagénese.

Sedimentogénese: compreende os processo que intervêm desde a elaboração dos materiais que vão constituir as rochas sedimentares até à deposição desses materiais.
As rochas que afloram no globo terrestre, principalmente as rochas magmáticas e metamórficas, ficam expostas a condicionalismos muito diferentes daqueles em que foram geradas. Consequentemente, essas rochas alteram-se quimicamente e fisicamente.
Os materiais resultantes dessa alteração são removidos por acção da gravidade, pela água no estado líquido ou sólido e pelo vento, designando-se este processo por erosão. Frequentemente os materiais são transportados para locais por vezes bem longínquos. Podem ser partículas ou fragmentos de dimensões variadas, designados em ambos os casos por detritos ou clastos, ou podem ser substâncias dissolvidas na água.
Os seres vivos podem também contribuir com diferentes materiais, nomeadamente conchas e outras peças esqueléticas, fragmentos de plantas, pólen, etc., para a formação de rochas sedimentares.
Em condições porpícias os materiais transportados depositam-se, constituindo sedimentos. O processo de deposição designa-se por sedimentação e é determinado pela força gravítica sobre os detritos, quando a velocidade do agente transportador o permite. A ordem de sedimentação dos detritos é condicionada pelas dimensões e densidade desses materiais. Primeiro depositam-se os detritos de maiores dimensões e mais densos e, posteriormente, os mais pequenos e leves.
Se não houver nenhuma perturbação, a sedimentação realiza-se regularmente, formando-se camadas geralmente paralelas e horizontais que se distinguem pela expessura, pelas dimensões e pela coloração dos materiais. Cada uma dessas camadas, individualmente, é designada por estrato.


Nicolaus Steno, físico da corte dinamarquesa, reconheceu nos estratos um registo do tempo e a história de uma sequência de acontecimentos. Embora não explicitamente, formulou princípios que hoje são fundamentais em Geologia, ciência que na altura ainda não existia como tal. Por isso, Steno, é, para muitos, considerado um dos fundadores da Geologia. Segundo Steno, tudo começa com a deposição de partículas no fundo de uma coluna de água. Depósitos subsequentes formam outra camada sobre a primeira e assim sucessivamente.
A coluna de água pode ocorrer num rio, no mar ou num lago.
A compressão provocada pela deposição das sucessivas camadas origina uma série de estratos sobrepostos.
Steno compreendeu que numa sequência de estratos na sua posição original, um dado estrato é mais recente do que aqueles que estão por baixo e mais antigo do que aqueles que estão por cima. Nos relatos de Steno está também implícito o princípio da horizontalidade inicial dos estratos, ou seja, originalmente os detritos depositam-se segundo camadas horizontais que posteriormente podem ser desviadas da posição inicial.



Diagénese: um sedimento não é ainda uma rocha sedimentar. Após a deposição os sedimentos experimentam uma evolução mais ou menos complexa, em que intervêm processos físico-químicos diversos que os transformam em rochas sedimentares. O conjunto desses processos constitui a diagénese.
No decurso da diagénese os sedimentos perdem água, são compactados e simentados, isto é, ficam ligados entre si, formando uma rocha coerente.


As rochas sedimentares representam apenas 5% do volume da crosta terrestre. No entanto, recobrem uma extensa superfície, ocupando 75% da área dos continentes. Tipicamente apresentam estratificação e são frequentemente fossilíferas, conservando vestígios de seres vivos comtemporâneos da sua génese, que ficaram incluidos no seio dos sedimentos.

(Fonte- Manual: "Terra, Universo de Vida", 1ª Parte - Geologia)

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